segunda-feira, 23 de março de 2009

Usar temas religiosos ou não?

Tenho pensado em escrever, e, penso em dever ou não utilizar temas religiosos para expressar coisas que são quotidianas aos seres humanos. Mas escrever de forma a romantizar a religião, crendices e afins? Digo, não me parece adequado.

Arthur C Clarke, descanse em paz, associou-se com Gentry Lee e produziu uma obra com sérias tendências religiosas em Rama. Não foi um mal resultado, mas eu acho piegas, mesmo.

Fico pensando no que fazer.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Deus é Fiel - Parte 2

Deus é tão fiel que vem ressuscitando a guerra fria. Tão fiel, tão incomensuravelmente sábio, que vem incitando o combate nuclear entre as nações, o amor eterno entre gente como Evo Morales, Hugo Chavez, Mahmoud Ahmadinejad, George Bush. Gente como eles, que incentivam o armamento do mundo, o controle estatal e um comunismo que só há de calhar a eles próprios. É o tipo de gente que não se cerca de fatos, mas de bíblias e de adoradores de baboseiras como o novo presidente do Paraguai, Fernando Lugo, que largou a batina às pressas e foi prontamente atendido (e não excomungado) pela santa sé com uma mera suspensão dos seus poderes de bispo (ou seja, o interesse é mesmo que um bispo mande num país, ainda que isso seja inconstitucional naquele país, ou seja, isso é tudo uma questão de baboseiras em cima de baboseiras).

Deus é fiel - aos seus princípios de poder.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Acreditando em Bobagens... Parte 1

Todos nós acreditamos em bobagens em algum momento de nossas vidas. Algumas dessas bobagens definem quem somos, definem onde estamos e com quem nos relacionaremos. É bastante justo dizer que isso define a humanidade nesses milênios de convivência "urbana".

Como responder a tudo o que nos cerca? Encontramos razões. A lógica do pensamento e a lógica matemática não andam no mesmo compasso. Nossas estruturas biológicas mal se adaptaram ao processo de aprendizado em escolas (elas existem há pouco tempo nesse formato de salas de aula e longo processo diário de repetição, leitura e pesquisa) e nem se chegou ao limite das inovações trazidas pela prensa de Gutemberg, com a popularização das memórias escritas, eternização de tratados, textos, hipóteses e testes de idéias.

Estamos presos em um mundo onde se prova nada, mas se acredita em tudo. A lógica por trás disso é bastante complexa, e tentar compreendê-la é impossível. Temos que continuar sendo nós mesmos, mas nos adaptando a cada dia, nos reciclando. Precisamos nos livrar das bobagens que nos cerceiam.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Deus é Fiel - 1

Eu não me abalo ante à fé inabalavel. Eu me abalo ante coisas inexplicáveis, intrínsecas à uma população que, alienada, mantém-se firmemente presa aos conceitos ensinados sem sequer questionar a existência de uma explicação alternativa. Ou algum fato lógico. Ou pelo menos, uma razão qualquer que não seja puramente arbitrária.

Não é a primeira vez. Lá estava eu, anos atrás, andando pelas ruas, pensando na vida, trabalhando em manter minha mente ocupada, diligentemente ocupada, quando um automóvel passa e, em seu vidro vejo estampada a mensagem "Deus é Fiel".

Douglas Adams diria "Quem é esse Deus afinal?". Gostaria de poder provar que ele existe, e principalmente, gostaria que isso fosse provado científicamente. Estamos tão longe disso, dessa comprovação, quanto estamos longe de chegar à Plutão com um avião comercial. Portanto, o que me deixa bastante preocupado é saber que "Deus é Fiel".

"Deus é Fiel" a quem?

Ao analisarmos o que é dito, que Deus ama a todos indiscriminadamente, que somos todos seus filhos, eu já elimino essa hipótese. Deus não é fiel, Deus, se existe, é arbitrário e age por suas próprias determinações, que nós, (em caso de existir) meros mortais, simplesmente sofremos dia após dia, em um ciclo de crença e descrença, produtividade, pensamento, interação. Não podemos dizer que ele é fiel, principalmente que ele é fiel com os seus fiéis.

Quantos milhões de Judeus morreram temendo à Deus? Muçulmanos? Cristãos? Evangélicos? Eu me refiro de forma violenta, indiscriminada. Quantos morreram à mercê de doenças, da peste bubônica, das intempéries, enquanto não havia explicação para a causa daquilo que lhes ocorria, e quando eles a encontravam era inevitavelmente que os fatos que aconteceram eram uma manifestação divina, da ira de Deus.

Quem é esse Deus afinal? Tome uma criatura com as características de Deus. Acrescente um universo que conhecemos. Sendo onisciente e onipotente, somente a sua visão de universo já nos descarta como coisa importante. Não somos nada. Deus não é fiel. Vivemos num alvo cósmico nos confins de uma galáxia sem importância, com uma população que só faz crescer, e recursos que só fazem decrescer, e precisamos de ações, de idéias, de inovações - que estão atrasadas porque as pessoas esperam que Deus seja fiel.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Do G1: http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL731160-5601,00-LULA+CHAMA+DE+BABACAS+CRITICOS+DO+PROUNI.html

Lula chama de 'babacas' críticos do ProUni

Para presidente, críticos não perceberam 'revolução na educação'.
No Ceará, ele prometeu colocar mais 400 mil jovens em universidades.

Do G1, em São Paulo

Em um discurso exaltado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quarta-feira (20), em Juazeiro do Norte (CE), quem fala mal do ProUni (Programa Universidade para Todos), programa do Ministério da Educação que distribui bolsas de estudo a estudantes que não podem pagar cursos em universidades particulares. “Os babacas não percebiam que nós estávamos fazendo uma revolução na educação brasileira”, disse Lula, ao se referir aos que temiam que o programa estaria “privatizando a educação brasileira”.
Em seguida, o presidente também classificou de “babacas” estudantes de instituições particulares que, segundo ele, reclamavam do maior número de estudantes por sala de aula. “O babaca rico que já estudava não queria que o pobre tivesse a chance de estudar.”

Lula participou, no município cearense, da inauguração de campus da Universidade Federal do Ceará e da entrega de 5 mil títulos de regularização fundiária para agricultores da região.

Ao lado do ministro da Educação, Fernando Haddad, o presidente prometeu colocar até o final do governo mais 400 mil jovens nas universidades e responsabilizou os governos anteriores por “duas gerações de jovens sem oportunidade”.

“Eu, que não tive oportunidade de estudar, quero que vocês tenham a oportunidade que os governantes da época não me deram”, disse Lula, emocionado.

Sobraram críticas até para os jogadores da seleção olímpica brasileira. “Se os jogadores da seleção olímpica tivessem a mesma garra dos estudantes do ProUni, nós estaríamos disputando a medalha [de ouro], neste domingo”.

É bastante justo que se crie uma gama de novas vagas universitárias no Brasil. É tão justo que me parece interessante essa história de pró-uni. No entanto, alguém paga as contas, e os aumentos de impostos constantes tem sido destinados, entre outras coisas, para esse fim. É bem mais nobre do que, por exemplo, criar uma nova estatal do petróleo, mas o que me incomoda é que se o dinheiro do pró uni também fosse destinado para a criação de novas universidades, talvez o problema seria resolvido curto, médio e longo prazo. A solução aqui é paliativa, e bastante brasileirista, ou seja, curtoprazista.

Aqui: http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL730549-5601,00-SOU+UM+PRESIDENTE+ABENCOADO+POR+DEUS+DIZ+LULA.html

"Nós estamos vivendo um momento tão especial que ele não tem dono (...) Eu acho que tenho muita sorte e sou um abençoado de Deus, porque, certamente, tantos outros presidentes gostariam de ter vivido um momento que eu estou vivendo", disse Lula.

O presidente destacou que o Brasil vive um momento especial, já que o país "bate recorde na geração de emprego com carteira assinada todo santo mês e todo o santo ano" e a "economia brasileira cresce de forma sólida e sustentável".

Em seu discurso, Lula afirmou ainda que a descoberta da camada pré-sal vai colocar o país "numa situação altamente privilegiada dentre os países detentores de grandes reservas de petróleo" e possibilitar que o país alcance um ciclo de crescimento de mais de dez anos.

"Isso coloca o Brasil numa situação ainda mais privilegiada e com possibilidade enormes de ter um novo ciclo de crescimento, que possa durar 10, 15 ou mais anos, para a gente recuperar a quantidade de décadas em que o Brasil ficou estagnado, não conseguiu crescer e só gerou desemprego nesse país."

Mérito inegavel do governo Lula na criação de empregos. A pergunta que cabe é: Foi somente por acaso? Foi uma mera ocorrência o que aconteceu no Brasil nos últimos anos? Porque deus?Nada que se faça nesse país conta com embasamento técnico? Teórico? Com sacrifício pessoal? Chega dessa história de que deus isso, deus aquilo, deus blah blah blah. Não é deus, é uma geração inteira de sacrifício, trabalhando com salários baixos, gente de mão calejada, com dor nas costas, lesões por esforço repetitivo, pesquisa, aprendizado, e muito suor. Se, talvez, as pessoas ficassem relacionando os seus sucessos menos à deus do que a seu esforço, teríamos menos pessoas perdendo tempo rezando e mais gente produzindo.

Outra coisa para se notar é que, se deus resolve por magia, não precisamos estudar. Será que é pautada nisso a posição do nosso governo quanto à educação de base?

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (12), no Rio, que “o Brasil precisa lembrar de seus mortos como heróis e não como vítimas”.

No momento em que deu essas declarações, Lula discursava a respeito da participação do governo na construção do novo prédio-sede da União Nacional dos Estudantes (UNE).

Ele reconheceu a responsabilidade do Estado no incêndio do prédio, em 1964, primeiro ano da ditadura militar. "(...) o Estado brasileiro tem culpa pelo que aconteceu. Eu não quero culpar uma ou outra pessoa, eu quero culpar o Estado brasileiro, do qual hoje eu sou o presidente da República", declarou.

Ótimo, agora a pergunta que fica é: A UNE tem condições de promover um melhor ensino no Brasil ou vão continuar fazendo festas, farras, protestos e quebradeiras sem sentido enquanto propagam os conhecimentos comunistas como sempre fizeram? Aqui, por exemplo: (http://www.une.org.br/home3/movimento_estudantil/movimento_estudantil_2008/m_13114.html )

O modelo de gestão adotado pela Anhanguera, que começou a ficar conhecido nos Estados Unidos na década de 1990, destoa do perfil do Ensino Superior privado gaúcho, ainda dominado por instituições comunitárias ou confessionais e sem fins lucrativos. A preocupação dos professores está relacionada ao tipo de administração da Anhanguera, voltada a garantir ganhos aos acionistas.

Fundada em 1994, transformou-se em entidade com fins lucrativos em 2003. Recebeu, então, aporte de vários investidores e experimentou crescimento vertiginoso: de três unidades de ensino, há cinco anos, chegou a 45 em 2008. Seu público-alvo principal são alunos que trabalham ao dia e estudam à noite.

Qual é a diferença entre o ensino sem fim lucrativo e o com fim lucrativo hoje no Brasil? Nenhum. Mesmo associações tradicionalmente religiosas e sem fins lucrativos utilizam suas universidades como fonte de renda descaradamente. E isso não vai mudar. É inocência, ou cegueira, dos nossos colegas universitários. E de nosso presidente, que ainda pensa que é deus que vai resolver seus problemas.



quarta-feira, 20 de agosto de 2008

O que é ser cético?

Eu tomei um caminho. Decidi adotar o ceticismo como prática pessoal, filosofia de vida. Segundo Hume, "O Céptico é outro inimigo da religião, que naturalmente provoca a indignação de todos os teólogos e filósofos mais meditabundos, embora seja certo que ninguém encontrou alguma vez uma tal absurda criatura, ou conversou com um homem que não tivesse nenhuma opinião ou princípio relativo a qualquer assunto, quer de acção, quer de especulação. Isto gera uma questão muito natural: o que significa ser um céptico? E até que ponto é possível instigar os princípios filosóficos da dúvida e da incerteza?" e isso, de certa forma, demonstra porque o cético não é bem visto no Brasil. Somos um povo bastante culturalmente desenvolvido em shamanismos, feitiçaria, divinação, tradições católicas e evangélicas, ou seja, um povo com uma tendência a crer acima do que eu, e muitos dos céticos, consideram normal.

Isso é patente na seguinte frase: "Deus é Brasileiro". Isso é tão presunçoso, tão presunçoso, que chega a ser violento com as outras nações. Fomos descobertos pelos Europeus, pais dos nosso panteão cristão que acabou criando aquela frase quase indecente ali em cima, e chegamos atrasados demais para que a divindade seja brasileiro. Não nego que exista uma divindade, mas não há prova nenhuma de que ela exista - exceto a fé, tão efêmera que leva pessoas de um lado a outro entre os hemisférios da religião comparada por meras tecnicalicidades, ainda que a uniformização da escrita e da palavra pregada acabaram por diminuir a miríade de dissidentes, mas aumentar o êxodo entre as religiões, êxodo que resulta em mera troca de bandeiras.

Eu não sou exatamente cético ainda. Estou no caminho. Mas é um caminho longo e sem fim, com muitas curvas, sem esperança de conhecimento absoluto. No entanto, é mais promissor, em vida, do que a alternativa. Continuarei a esmiuçar os pensamentos na sequência, sempre tentando atingir a neutralidade e a sabedoria, escorraçando os pensamentos tolos e mágicos, promovendo a verdade.